Nome do Grupo: Pasteis de Nata
Componentes do Grupo: Francisco, João Limão e João Martins
Empresa em que estão a desenvolver o trabalho: Sportmultimédia
O IMPACTO DA WEB 2.0 NA SPORTMULTIMEDIA
1. INTRODUÇÃO
Esta proposta de trabalho, elaborada pela docente Prof. Doutora Cristiane Drebes Pedron, foi feita no âmbito da disciplina de “Tecnologias e Sistemas de Informação”, com o intuito de aplicarmos os conhecimentos adquiridos nas aulas a um caso prático do nosso quotidiano.
Dessa forma o presente trabalho reporta-se à análise dos suportes de tecnologias e sistemas de informação da Web 2.0, como ferramenta essencial à difusão e partilha de informações dentro das organizações, e, igualmente, como ocorre essa mesma partilha de informação para o exterior (público). Foi ainda introduzida alguma informação suplementar de forma a tornar este estudo mais abrangente.
Para o objecto de estudo a opção recaiu sobre a empresa Sportmultimedia, pelo facto de ser uma empresa avançada no que diz respeito à aplicação das tecnologias de informação. O método preferencial na recolha de dados para o estudo de caso consistiu na entrevista a elementos da empresa, que estão ligados directamente à implementação da estratégia destas novas tecnologias, para desta obtermos informações fidedignas e concretas de que modo utiliza a Sportmultimedia essas tecnologias.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
As mudanças tecnológicas associadas ao aparecimento da Internet, marcaram decisivamente todo o ambiente empresarial tendo inclusive introduzido mudanças sociais únicas. A este nível, vários novos comportamentos foram registados nos consumidores. O poder das comunicações das marcas deixou de estar centrado apenas nas iniciativas das empresas, permitindo um novo relacionamento destas com o consumidor, transformando-o num Prosumer, ou seja, num produtor de informação. Se antes a comunicação era essencialmente feita num sentido apenas, com a mudança para uma sociedade do conhecimento, esta comunicação ganhou um novo interveniente: o cliente, perdão, o Prosumer. As Redes Sociais e a importância que as suas plataformas assumem na nossa vida permitiram esta proximidade entre empresa e o seu cliente e, sobretudo, a sua interactividade, sendo um local onde os utilizadores replicam a sua vida profissional, pessoal, as suas preocupações e estados de espírito. As marcas têm alguma margem de aproveitamento destas plataformas e existem boas práticas que permitem encontrar a melhor solução para os objectivos específicos das empresas.
Um dos elementos-chave dos sistemas Web 2.0 é o conceito de redes sociais, comunidade, colaboração e discussão. Naturalmente, as pessoas desejam comunicar, compartilhar e discutir; essa comunicação é uma parte primordial do entendimento, da aprendizagem e da criatividade, viabilizando-se por elementos como os blogs, grupos de discussões e wikis. Com efeito, na Web 2.0, a escala abrupta e o número de pessoas na Internet criam uma "arquitectura participativa" na qual a interacção entre as pessoas gera informações e sistemas que vão melhorando à medida que são usados por um maior número de indivíduos. Esta canalização da inteligência colectiva cria sistemas que possuem mais e melhores informações do que qualquer pessoa poderia gerar: oferece a "sabedoria das multidões".
2.1. A WEB 2.0
Existem várias descrições sobre o que é a “Web 2.0” bem como a sua importância no mundo actual. Por exemplo, Constantinides e Fountain (2008) definem Web 2.0 como sendo a colecção de aplicações on-line de código aberto, interactivas e controladas pelo utilizador, para expandir experiências, conhecimento e poder de mercado desses mesmos utilizadores, como participantes num negócio ou processo social. Para Filipe Carrera, a colaboração passa a ser a palavra de ordem, dando origem a novas formas de organização e à criação de uma extensão virtual de organizações e pessoas, mudando comportamentos e atitudes face ao papel da Internet nas nossas vidas (Carrera, 2009).
A fim de obter uma compreensão clara da natureza do fenómeno, é importante considerar suas origens. A “Web 2.0” é um nome de marca criada num esforço para revitalizar o ímpeto perdido quando em 2000 os investidores perceberam os erros cometidos e fugiram da bolha especulativa das “dot.com” (Clarke, 2008).
A origem da expressão Web 2.0 tem sido defendida por Tim O'Reilly (2005), o CEO da O'Reilly Media, como resultante de uma conferência de debate de ideias entre ele próprio e a MediaLive Internacional. Em 2005 produziu um artigo em que tentou esclarecer o que significava o termo Web 2.0, enunciando sete princípios:
1. A Web como uma plataforma:
A situação tinha mudado desde a era da Netscape, agora é tempo de domínio da Google. Considerando que a Netscape tinha designado a rede Internet como a plataforma em termos do velho paradigma de software, o seu emblemático produto como sendo o navegador da Web, uma aplicação desktop, o Google começou sua vida como uma aplicação Web nativa, não sendo vendido nem instalado mas fornecendo um serviço.
2. Aproveitando a Inteligência Colectiva:
O princípio central por detrás do sucesso dos gigantes nascidos na era da Web 1.0 que sobreviveram para liderar a Web 2.0 aparentemente foi que eles abraçaram o poder da Web para mobilizar a inteligência colectiva. O Yahoo! e o Amazon, foram pioneiros no sentido da aproximação dos utilizadores num espaço partilhado.
3. Quem detém os dados? e o que é que optam por fazer com eles?
As Base de dados são um núcleo de competência das empresas Web 2.0, tanto que por vezes temos essas aplicações referidas como “infoware” em vez de simplesmente software. A corrida é sobre quem possuí certas classes de dados essenciais, tais como: localização, identidade, agendamento de eventos públicos, produtos identificadores e “namespaces”. Em muitos casos, quando há um custo significativo para criar os dados, pode haver uma oportunidade para os monopolizar, funcionando como uma única fonte de dados. Em outros, o vencedor será a primeira empresa que atinge a massa crítica através da agregação de utilizadores, e que transforma dados agregados num serviço. Este continuará a ser, para os anos vindouros, uma batalha comercial.
4. Fim dos ciclos das versões de Software
Se o software é fornecido mediante um serviço e não como um produto, ele deve ser mantido numa base diária, o que coloca uma enorme pressão sobre o fornecedor de serviços.
O'Reilly (2005) afirma que este novo paradigma implica mudanças nas empresas, nomeadamente:
• As operações devem tornar-se um núcleo competência;
• Os utilizadores devem ser tratados como co-criadores.
5. Modelos de desenvolvimento leves:
• Suporte a modelos de programação leves que permitam facilmente acoplar sistemas;
• Pensar em sindicância, não em coordenação;
• Design apropriado à sua fácil alteração e reutilização.
6. Software acima do nível de um único dispositivo
Novamente na sequência dos princípios de software acima referidos, a necessidade para as tecnologias Web 2.0 é de ser capaz de funcionar com qualquer dispositivo, particularmente na rápida e emergente era da computação móvel. Esta é uma das áreas de Web 2.0 onde se espera ver algumas das maiores mudanças, e isso será mais verdade quanto mais aparelhos estiverem conectados à nova plataforma.
Que aplicações se tornarão possíveis quando os nossos telefones e os nossos carros não estiverem a consumir dados, mas sim a transmiti-los?
7. Satisfação do utilizador
E por último, mas não menos importante, a qualidade com que se acede e utiliza os diferentes serviços. As páginas Web são cada vez mais ricas, estando mais próximas das aplicações que se instalam nos computadores locais e em alguns casos até já as superam. E com isso obtém-se a satisfação do utilizador que é sem dúvida um dos maiores objectivos na difusão de novas tecnologias ou serviços. Como muitos conceitos importantes, o conceito Web 2.0 não têm um limite rígido, mas sim, um núcleo gravitacional. Pode-se visualizar o conceito Web 2.0 como um conjunto de princípios e práticas que formam em conjunto um verdadeiro sistema solar de sites que demonstram alguns ou todos esses princípios, a uma distância variável a partir desse núcleo. (O'Reilly, 2005).
2.2. A WEB 2.0 COMO UM MODELO DE NEGÓCIO
A Web 2.0 conseguiu demonstrar o seu potencial através das redes sociais, onde é visível o crescimento sustentado de audiência. As alterações nos dispositivos permitem aceder aos conteúdos, mas também criar, publicar e partilhar de conteúdos, seja através de computadores, netbooks ou telemóveis.
De forma superficial, a Web 1.0 é vista como representando o antigo, padrões centralizado de negócios, com recursos internos controlados pelas empresas para servirem clientes ou consumidores remotos. A Web 2.0, por outro lado, tem uma textura muito mais aberta, com consumidores e clientes a participarem activamente nos serviços e ajudando a moldá-los (Clarke, 2008).
Tal como diz Nuno Ribeiro (Director de eBusiness & Multimedia @ Controlinveste) “Nos próximos anos, surgirão novas redes sociais segmentadas por temas e grupos dentro das redes sociais “generalistas”, recuperando o conceito inicial da Web 1.0 de “Comunidades Virtuais” em torno de conteúdos, comportamentos, celebridades, etc.” Um bom exemplo, é o caso da rede social criada em torno do candidato, e hoje presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama – my.barackobama.com.
Trata-se de um claro sinal dos tempos e da importância das redes sociais na passagem de informação e associação entre as pessoas em torno de um tema, de uma causa e uma de personalidade. Não nos podemos esquecer que, segundo os últimos dados: em média um utilizador faz actualizações de 3 em 3 horas no Twitter, 37 minutos no Facebook, 5 vezes ao dia no Flickr, vê diariamente 2,5 horas de vídeos no YouTube e dá 4 opiniões por semana no Yeld.
Nos últimos três anos, temos seguido a tendência crescente nas empresas que vêm adoptando as tecnologias da Web 2.0 em benefício dos seus negócios. A empresa McKinsey fez um inquérito a cerca de 1.700 executivos de todo o mundo sobre os resultados que observaram nas suas empresas desde as implementações da Web 2.0 em três áreas principais: dentro de suas organizações nas suas relações com os clientes e nas suas relações com fornecedores, parceiros e especialistas de fora.
O resultado demonstrou que 69 por cento dos inquiridos responderam que as suas empresas obtiveram benefícios de negócios mensuráveis, incluindo mais produtos e serviços inovadores, de marketing mais eficazes, melhor acesso ao conhecimento, menor custo de fazer negócios, e receitas mais elevadas. Para as empresas que fizeram maior uso das tecnologias, os resultados mostram benefícios ainda maiores. Foram também focados os factores que determinam essas melhorias, como por exemplo, as práticas de gestão e todas as características culturais e organizacionais das empresas que possam contribuir para os ganhos. Descobrimos que as empresas de sucesso não só integram as tecnologias Web 2.0 nos fluxos de trabalho de seus empregados, mas também criam uma "sociedade em rede", ligando-se com clientes e fornecedores através da utilização dessas ferramentas. Apesar da actual recessão, os entrevistados maioritariamente afirmam que vão continuar a investir na Web 2.0. Ao nível da produção de conteúdos digitais, um dos primeiros “visionários” a perceber as alterações da digitalização foi Nicholas Negroponte, fundador do Media Lab do Massachusetts Institut of Technology (MIT), que explicou no seu livro Being Digital (1995) as alterações nos negócios pela passagem de átomos para bits.
Nos Media este impacto foi enorme. Pela primeira vez, conteúdos de texto, áudio, imagem e vídeo passam a partilhar as mesmas plataformas, enriquecendo a informação e o entretenimento com conteúdo multimédia.
2.3. FERRAMENTAS WEB 2.0
As ferramentas Web 2.0 mudaram a natureza da Web de distribuída para participativa. Stephen Downes, um investigador do National Research Council of Canadá, acredita que a emergência da Web 2.0 “não é uma revolução tecnológica; é uma revolução social” (Downes, 2005)
Existem várias ferramentas que servem de constante alavanca à proliferação da WEB 2.0.
Neste referencial foi considerada a classificação de Constantinides e Fountain (2008), que classifica em 5 grupos as aplicações Web 2.0, de acordo com a sua natureza:
1) Blogs: site normalmente mantido por um indivíduo ou grupo de indivíduos e actualizado com entradas regulares e que por vezes surgem combinados com podcasts (ficheiros de media-aúdio ou vídeo digital - que pode ser descarregado através de um site ou de um podcatcher).
2) Redes Sociais: aplicações que permitem ao utilizador construir perfis pessoais acessíveis para outros utilizadores para a troca de conteúdos pessoais e comunicação.
3) Comunidades (conteúdo): sites que organizam e partilham determinado tipo de conteúdo (partilha de vídeo, de fotos, wikis).
4) Fóruns: sites para a troca de ideias e informação, normalmente em torno de determinados interesses.
5) Agregadores de conteúdo: aplicações que permitem uma total costumização do conteúdo por parte do utilizador, como por exemplo RSS (Real Simple Syndication). Contudo, se em 2008 era fácil definir estes limites, hoje com as aplicações transversais, poucas são as aplicações que funcionam apenas numa única plataforma. Esta mistura de aplicações Web 2.0 num site é conhecida como 34 Mash-ups. Desta forma, percebe-se a adaptabilidade das aplicações a múltiplas plataformas, tornando-as mais apelativas, interactivas e participativas. Hortinha (2002) apresentava a interoperacionalidade como um dos factores que iria influenciar a estratégia das organizações. Esta característica consiste em concepção de software com standards abertos, de domínio público, o que facilita a criação de sistemas que funcionam facilmente juntos.
E estas aplicações estão a migrar de forma exponencial para o mobile, justificando o aumento da utilização da Internet através de aparelhos móveis.
De acordo com a Spannerworks (2006), actual iCrossing, estas Plataformas de Social Media que referimos anteriormente, têm, por norma, 5 características em comum:
a) Participação: Social Media apela à participação e ao feedback dos diversos utilizadores. Torna mais ténue a linha que separa os média de audiência.
b) Abertura: a maior parte do Social Media permite que qualquer utilizador possa participar, através de comentários, feedback, votações ou partilha de informação. Raras são as barreiras ao acesso e uso do conteúdo.
c) Conversação: enquanto os Mass Media transmitem e distribuem os seus conteúdos para grandes audiências, nos Social Media, por norma, estamos perante uma conversa nos dois sentidos, de alguns para alguns;
d) Comunidade: as plataformas colaborativas de Social Media permitem a criação e manutenção de comunidades através da partilha efectiva de conteúdos e informação entre utilizadores com interesses comuns, de uma forma fácil e rápida.
e) Conectividade: o sucesso da maioria destes novos Media passa pelas interligações existentes nos mesmos (interoperacionalidade) e a combinação entre os diferentes tipos de websites, recursos ou pessoas.
3. METODOLOGIA
A Sportmultimedia é uma empresa fundada em 2001 que resulta de uma parceria entre os grupos Portugal Telecom e Sportinveste. O seu core business é a gestão de portais de desporto, onde englobam a gestão e produção de conteúdos nesta mesma área. A Sportmultimedia é também detentora dos direitos de New media nos principais clubes e competições nacionais, para as plataformas internet e mobile.
Tem sede no Largo da Lagoa em Linda-a-Velha, concelho de Oeiras e conta já com mais de 50 profissionais.
Para a realização deste trabalho optámos pelo método de entrevista pessoais e investigação nos diversos suportes facultados. Como tal falámos com alguns colaboradores da Sportmultimedia, o Dr. Paulo Martins director da área multimédia e a Dr.ª Rute Ferreira responsável pela área de Marketing e Publicidade.
Elaborámos algumas questões para os entrevistados responderem, com o intuito de percebermos como é que Sportmultimedia utiliza estas novas tecnologias e como as aplica nos dias que correm. Queríamos saber como foi possível torná-las uma mais-valia para empresa no que diz respeito à comunicação que é feita internamente bem como para o exterior.
Tentamos aprofundar também, que impacto irá ter a Web 2.0 no futuro da empresa como meios de comunicação inovadores.
4. ESTUDO DE CASO
A Sportmultimedia é o exemplo da empresa que pela sua actividade e pelo seu ADN, teve obrigatoriamente de se modernizar para poder conseguir acompanhar os concorrentes e para melhor conseguir dar resposta às necessidades dos clientes.
Na sua profunda e directa ligação com os clientes/utilizadores a Sportmultimedia investiu logo desde o início na Web 2.0, (blogs, wikis, filtros RSS, etc.) são alguns dos exemplos de ferramentas que puseram à disposição dos seus clientes. Para a Spotmultimedia é fundamental esta modernização como vantagem competitiva, sobre a sua concorrência. A maior aproximação aos clientes, a informação fluida e imediata e a grande interacção que existe entre a empresa e quem consome os seus serviços, que “ nos “obrigam” a adequar e a evoluir as características dos nossos produtos e serviços” são as vantagens que para, Paulo Martins (Director de NewMedia da Sportmultimedia) encontraram na implementação da Web 2.0. Outro elemento destacado, mas este numa vertente interna foi que “Em termos de dinâmica empresarial interna: maior partilha de conhecimento e expertize entre equipas”, o que demonstra a versatilidade do sistema implementado.
A ligação e troca de experiências entre produtor de conteúdos e quem os utiliza, a facilidade de feedback que levam a que segundo Rute Ferreira responsável pela área de Marketing e Publicidade. “neste momento nós temos de nos preocupar e ter uma visão que a comunicação é em ambos os sentidos e temos de estar preparados para responder a essas necessidades.” Desta forma a utilização de sistemas como wikis, blogs, filtros RSS e "folksonomies" levam à construção de uma ligação entre o utilizador/cliente e a empresa.
O que permite uma maior facilidade em conhecer o público-alvo e a conseguir satisfazer as sua necessidades mais facilmente. Neste mesmo ponto Paulo Martins destaca duas vertentes importantes, uma interna: “Dentro da empresa: por exemplo a nossa empresa já criou alguns projectos internos onde se aplicam todos estes conceitos de partilha e interacção, embora num circuito mais fechado, restrito e focalizado nos temas core (ex: rede social interna de partilha de informação e opiniões).” E outra externa: “De dentro para fora da empresa: através dos inúmeros projectos B2C (ex: FB e Twitters dos clubes).”
A maneira como ficaram a conhecer este novo sistema, advém da natureza do próprio negócio onde a Sportmultimedia está envolvida. Foi com natural normalidade que se deram conta desta nova realidade. E desta forma já utilizam blogs, facebook, site e twiter como ferramentas da Web 2.0 para interacção com os clientes/utilizadores.
A percepção que estes profissionais têm sobre a questão do aumento da produtividade na Sportmultimedia com as ferramentas Web 2.0 é positiva, Rute Ferreira “Eu acho que com a Web 2.0 nós conseguimos saber exactamente aquilo que as pessoas procuram, aquilo que as pessoas precisam e nós podemos adaptar-nos a essas necessidades.” Já para Paulo Martins esse é um dos “temas “quentes” relacionados com a Web 2.0” e que para haver um maior aproveitamento desta tecnologia a fim de aumentar a produtividade tem de existir um “acesso fácil e imediato a um manancial importante de informação considerada pertinente para a actividade da empresa, por outro identificamos também um perigo real associado a todos os desvios de atenção que podem existir pelo caminho…” e só quando estes dois elementos se conjugam é que começam a aparecer os elevados índices de produtividade.
Apesar desta tecnologia promover o contacto da empresa com o cliente e vice-versa existem algumas ferramentas que evitaram utilizar dada a natureza do próprio negócio onde estão envolvidos Rute Ferreira “os fóruns isto porque temos de proteger ao máximo as marcas com que trabalhamos.”
Como pontos mais interessantes e entusiasmantes, destacaram a velocidade na partilha de informação e troca de experiência que para estes 2 profissionais são os pontos altos desta nova tecnologia. Paulo Martins destaca também alguns elementos internos que considera estarem a fazer a diferença “a interacção com os nossos “clientes” e os nossos recursos humanos tornaram-se mais ágeis, conhecedores e actuantes.” Como ameaças destacam a má gestão do tempo e de temas e o cuidado a ter com a marca e com algum tipo de informação que colocam à disposição do consumidor que se possa voltar contra a empresa, ou que possa revelar alguns dados que a mesma prefere não o fazer. A segurança continua a ser um dos pontos fulcrais neste tipo de tecnologia.
Verdadeiramente impactante e global esta nova tecnologia de informação tem impacto em diferentes áreas: gestão do conhecimento, desenvolvimento de novas tecnologias, content research management, colaboração, comunicação e aprendizagem. Para medirmos o impacto que estamos a gerar com a utilização destas tecnologias Paulo Martins revela que chegam aos resultados “Essencialmente através da avaliação da qualidade dos inúmeros projectos que desenvolvemos no contexto digital e da adequação dos mesmos aos objectivos traçados inicialmente.”
Para a implementação e controle de informação, a Sportmultimedia optou por adaptar as pessoas a trabalharem com estas novas ferramentas, mais do que a adaptar a própria empresa, como nos conta Rute Ferreira “…passa um bocado pela adaptação das pessoas e da empresa.”, já para Paulo Martins a implementação aconteceu com toda a naturalidade e sem sobressaltos quando lhe foi perguntado se teriam havido problemas de implementação a resposta foi esclarecedora, “Nenhuns”.
Ao nível da aceitação por parte dos clientes destas novas tecnologias e ferramentas Rute Ferreira, destaca que ainda existe um caminho a percorrer, mas que estão cientes disso e que a melhor resposta que podem dar é a modernização constante. “Neste caso eu acho que há sempre coisas que podemos melhorar. No modo geral nós somos uma empresa Web 2.0”.
Quanto ao futuro da Sportmultimedia e das medidas já aplicadas de Web 2.0, ambos os profissionais se sentem curiosos para saberem o que vai acontecer. A Web 3.0 para Paulo Martins é uma evolução inevitável e para Rute Ferreira o mais importante para fidelizar os clientes é conhecê-los melhor para melhor servir as suas necessidades. É neste ponto que ela foca o futuro que aí vem.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de recolhidas todas as informações que os nossos entrevistados nos facultaram e de analisado o caso de Estudo podemos chegar à conclusão que a Sportmultimedia como uma empresa do sector das comunicações, soube adaptar-se e aproveitar as mas valias que a Web 2.0 consegue oferecer. A total consciência das capacidades das ferramentas e a adaptação da estrutura da empresa para dar respostas capazes aos seus clientes, foram fundamentais para criar valor no negócio onde estão representados.
Numa sociedade como a actual as empresas que se modernizam e utilizam as ferramentas adequadas que melhor vão de encontro ao que o cliente quer e que lhes permite mais facilmente conhecê-lo e poder antecipar as suas necessidades, são aquelas que melhor estão preparadas para o futuro e a globalização.
A Sportmultimedia está bem preparada para conseguir acompanhar a evolução constante deste mercado e responder às solicitações cada vez mais prementes dos seus clientes.
6. REFERÊNCIAS
Carrera, Filipe, “Marketing Digital na versão 2.0 – O que não pode ignorar”, Sílabo (2009)
Clarke, R. “Web 2.0 as Syndication”. Journal of Theoretical and Applied Electronic Commerce Research, 3 (2), pp. 30-43, (Agosto de 2008)
Downes, S. “E-learning 2.0”. Elearn Magazine, 2005 (10), 1, (2005)
Negroponte, Nicholas “Being Digital”, (1995)
O’Reilly, Tim, “What Is Web 2.0 - Design and Business Models for the Next Generation of Software” (2005)
Ribeiro, Nuno “Cibertransistor.com – Alterações no Modelo de Negócio dos Media”, revista Meios & Publicidade, http://www.meiosepublicidade.pt/2010/01/22/cibertransistorcom-alteracoes-no-modelo-de-negocio-dos-media/ (22 de Janeiro de 2010)
Ribeiro, Rui Jorge Lucena, “O impacto da Web 2.0 nas empresas portuguesas”, Instituto Superior de Economia e Gestão, (Janeiro, 2010)
Rosa, Nuno Gonçalo Henriques da, “O impacto das redes sociais no marketing: perspectiva portuguesa”, Instituto Superior de Economia e Gestão, (Outubro, 2010)
Spannerworks – “What is social media? An e-book from Spannerworks”, (2006)
Tapscott, Don & Williams, Anthony D. “Wikinomics: How Mass Collaboration Changes Everything”, (2006).